A morte de Herodes Agripa I



Lucas, em Atos 12, descreve os últimos momentos da vida de Herodes, conhecido como Herodes Agripa I, da seguinte forma:

"Herodes, porém, tendo-o procurado e não encontrado, interrogando as sentinelas, mandou executá-las. E, tendo descido da Judeia para Cesareia, permanecia por lá. Nutria, porém, Herodes um ódio profundo contra os tírios e os sidônios. Unanimemente, pois, se dirigiam a ele, e, tendo conquistado a Blasto, chefe de gabinete do rei, procuravam a paz, por ser seu país abastecido pelo do rei. Em um determinado dia, porém, vestindo Herodes seu manto real e assentando-se sobre o estrado do tribunal, dirigiu-lhes um discurso. E a massa gritava: 'Voz de Deus, e não de homem!'. Imediatamente, pois, feriu-o um anjo do Senhor, porque não dera a glória a Deus, e, aconteceu que, comido de bicho, expirou".

A morte de Herodes Agripa I é também narrada pelo historiador Josefo:

"No terceiro ano do seu reinado ele celebrou na cidade de Cesaréia, que antigamente era chamada a Torre de Estratão, jogos solenes em honra do imperador. Todos os grandes e toda a nobreza da província, reuniram-se nessa festa; no segundo dia dos espetáculos Agripa veio bem cedo, pela manhã, ao teatro, com uma veste cujo forro era de prata trabalhada com tanta arte, que quando o sol o iluminava com seus raios, desprendiam-se reflexos tão vivos de luz, que não se podia olhar para ele sem se sentir tomado de um respeito, misto de temor. Mesquinhos bajuladores, então, com palavras melífluas que destilam veneno mortal no coração dos príncipes, começaram a dizer que até então haviam considerado seu rei, como um simples homem, mas que agora viam que o deviam reverenciar como um deus, rogando-lhe que se lhes mostrasse favorável, pois parecia que ele não era como os demais, de condição mortal. Agripa tolerou essa impiedade, que deveria ter castigado mui rigorosamente. Mas, logo levantando os olhos, viu uma coruja, por sobre sua cabeça, pousada numa corda estendida no ar e lembrou-se de que aquela ave era um presságio de sua infelicidade como outrora tinha sido de sua prosperidade. Soltou, então, um profundo suspiro e sentiu, ao mesmo tempo, as entranhas roídas por uma dor horrível. Voltou-se para seus amigos e disse-lhes: “Aquele que quereis fazer acreditar que é imortal, está prestes a morrer e essa necessidade inevitável não podia ser uma mais pronta convicção de vossa mentira. Mas é preciso querer tudo o que Deus quer. Eu era muito feliz e não havia príncipe de quem eu devesse invejar a felicidade”. Dizendo estas palavras, sentiu que as dores cresciam cada vez mais; levaram-no ao palácio e a notícia espalhou-se imediatamente, de que ele estava prestes a exalar o último suspiro. Logo todo o povo, com a cabeça coberta de um saco, segundo costume de nossos pais, fez oração a Deus pela saúde e todo o ar ressoou com gritos e lamentações. O príncipe que estava no quarto mais alto do palácio, vendo-os de lá, prostrados por terra, não pôde reter as lágrimas; as dores, porém, continuaram por cinco dias a fio e o levaram, aos cinqüenta e quatro anos de sua vida, sétimo do seu reinado, pois reinara quatro sob o imperador Caio, nos três primeiros dos quais ele só tinha a tetrarquia, que fora de Filipe, e no quarto, acrescentaram-lhe a de Herodes; nos três anos em que reinou sob Cláudio, esse imperador deu-lhe também a Judéia, a Samaria e Cesaréia. Mas, embora suas rendas fossem muito grandes, ele era liberal e tão magnânimo que era obrigado ainda a pedir emprestado".
(JOSEFO, F. História dos Hebreus, p. 453).

É interessante observar que as narrativas de Lucas e Josefo são complementares, mas não contraditórias, e descrevem com detalhes a morte de Herodes Antipas.


Concluindo
Herodes Agripa I desejou ocupar o lugar de Deus. Isso é uma loucura! Herodes jamais teria o poder de Deus e não poderia evitar a punição de Deus. Mas, mesmo assim, Herodes procurou lutar contra Deus. E, por essa razão, ele teve uma morte horrenda.

Será que você, assim como Herodes, também está procurando ocupar o lugar de Deus? Cuidado! O seu fim poderá ser similar ao de Herodes.

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